terça-feira, 6 de setembro de 2011

Raízes 3


Você pode ver através de sua janela , muitas palavras que estão na sua bíblia e que são familiares a você.
Você vê essas palavras em todo lugar nas Escrituras
Você tem apenas dois versículos na bíblia, onde você não tem a idéia de deserto, água, ferro, barro, grama, raízes, pedras, montanhas, campos, ossos, espinhos, ramos, montes, vales e assim por diante.
Se você não entender para o que essas coisas, essas palavras estão apontando, as figuras simples agrícolas, você não vai entender que são expressões do desejo de Deus para nós, para como devemos viver nossas vidas. Não quer dizer em absoluto que devemos todos viver no campo, de forma primitiva, mas sim entender e viver de forma simples , como as pombas, na maneira de pensar e agir. Se isso não acontecer conosco, então vamos nos desviar daquilo que realmente nos diz as Escrituras.

Vamos dar uma olhada neste texto muito familiar e profético de Joel.

Joel 10:15,20

15* Ah! Que dia! Porque o Dia do SENHOR está perto e vem como assolação do Todo-Poderoso.
16 Acaso, não está destruído o mantimento diante dos vossos olhos? E, da casa do nosso Deus, a alegria e o regozijo?
17* A semente mirrou debaixo dos seus torrões, os celeiros foram assolados, os armazéns, derribados, porque se perdeu o cereal.
18* Como geme o gado! As manadas de bois estão sobremodo inquietas, porque não têm pasto; também os rebanhos de ovelhas estão perecendo.
19* A ti, ó SENHOR, clamo, porque o fogo consumiu os pastos do deserto, e a chama abrasou todas as árvores do campo.
20* Também todos os animais do campo bramam suspirantes por ti; porque os rios se secaram, e o fogo devorou os pastos do deserto.


O que estou dizendo a você é que se não sabemos nada acerca do que estudamos até agora, poderemos concluir facilmente por este texto de Joel e muitos outros como este, que não temos nada com o que nos preocupar nos últimos dias, mas não é assim, porque nos últimos dias o milho e as ovelhas estarão em grandes apuros, enfrentando grandes problemas.
Agora o que vamos fazer é falar sobre um assunto muito importante, que tem tudo a ver com tudo o que foi falado até aqui.
Espero ter estabelecido as bases para entendermos o processo do pensamento grego e o pensamento hebraico, através dos exemplos dados, embora entraremos mais profundamente adiante, através das Escrituras, dos capítulos iniciais de Gênesis.
As sementes para toda a bíblia são plantadas nos primeiros quatro capítulos de Gênesis.
Você vai perceber que essas sementes, essas imagens desenhadas para você nos capítulos iniciais de Gênesis, não são apenas a narração de como as coisas vieram a ser, mas cada parte do seu entendimento, da sua compreensão das profecias, dos mandamentos de Deus, do nascer de novo, da salvação. Estão todas ali e apenas se repetem do quinto capitulo de Gênesis em diante.
Partindo da suposição de que você que está lendo este estudo agora, não nasceu em uma cultura hebraica,cabe aqui algumas colocações.
A cultura hebraica bíblica, o hebraico bíblico não é o mesmo que o judaísmo rabínico, ou o judaísmo ortodoxo de hoje.
O judaísmo moderno ou o judaísmo ortodoxo dos dias atuais, ao redor do mundo e em Israel, é tão ou mais helenizado do que muitas das nossas instituições religiosas que conhecemos como “igrejas cristãs”.
O pensamento grego no Novo Testamento (B`rit Hadashah) é tão forte, devido ao fato de que as 12 tribos, principalmente dos que eram etimologicamente da tribo de Judá, e viviam na Judeia, terem sido dominadas pelos seus últimos conquistadores que foram os gregos. A cultura greco-romana foi a ultima que dominou sobre o povo hebreu.
Deus sempre preveniu o seu povo , sempre alertou-os para que não fizessem o que os conquistadores , ou povos ao seu redor faziam, nem pensar igual a eles, adorar seus deuses, ter seus ideais, seu modo de vida , e o povo ao redor sempre viu os hebreus, a maioria deles fazendo o contrario do que o seu Deus dizia através do que estava escrito nas suas Escrituras.
Ainda hoje, a maioria esmagadora do povo de Deus vive e pensa de maneira helenística, ou seja, com o que aprendeu da cultura greco-romana.
Quando falamos sobre o “pensamento grego” ou o helenismo, não estamos falando sobre o povo grego ou a língua grega, mas sim sobre o que o grego do Novo Testamento está dizendo em relação as Escrituras.
Lembrando mais uma vez que:

A Palavra de Deus é a Torah. (Cinco Livros de Moisés)
As Escrituras são a Tanach (Antigo Testamento) .
Então a bíblia é a Torah, a Tanach e a B`rit Hadashah (Novo Testamento).

Vamos ver um pouco do que é o pensamento abstrato.
A diferença entre o pensamento abstrato e concreto.
O pensamento abstrato, de maneira geral, são apenas conceitos mentais. Significa que a mesma coisa tem significados diferentes para diferentes pessoas.
Alguns exemplos de palavras abstratas em sua bíblia, que também são de uso comum para nós, são por exemplo, as palavras paz, amor, alegria, misericórdia, compaixão, crença, fé. São termos abstratos. São palavras que as pessoas têm diferentes definições.
Se questionarmos qual é a definição de fé para a maioria das denominações ditas cristãs, teremos provavelmente varias definições diferentes baseadas em dicionários e léxicos. Isso é devido ao nosso conceito abstrato das coisas. Conceito esse segundo o qual você não pode colocar o seu dedo, não pode tocar. Conceito onde não há nenhuma substancia e evidencia para validar a palavra fé.
Em hebraico a Fé é algo que você pode colocar sua mão. É uma estaca colocada para prender uma tenda, lembrando que tenda é Graça e que Fé é estaca. Sem a Graça (tenda) não existe a Fé (estaca) e sem a Fé (estaca) não existe a Graça (tenda). Sendo mais claro, a Fé sustenta a Graça e sem a Graça a Fé não tem razão para existir.
Fé e Graça são conceitos totalmente abstratos, helenísticos, teológicos para a nossa maneira de ver as coisas. Mas em hebraico bíblico, não o helenizado dos dias atuais, a Fé e a Graça são coisas muitos reais e palpáveis, do dia a dia do povo hebreu.
Assim que vamos falar muito do conceito concreto das coisas, a forma como Deus nos ensinou, bem simples e palpável.
Falando sobre os processos de pensamento diferentes, rabi Shaul (Paulo) diz:

1Co 2:16* Pois quem conheceu a mente do Senhor, que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo.

Fp 2:5* Tende em vós o mesmo pensar que houve também em Cristo Jesus,

Shaul disse isso porque quando pensamos como o Messias não vamos nos comportar de maneira diferente Dele. Afinal o que nosso Pai quer é que nos comportemos como Ele e depois passemos isso para as próximas gerações e assim por diante.
Em hebraico também temos palavras abstratas. Mas ao levarmos essas palavras de volta ao topo da montanha, ao seu sentido original, a sua raiz, sempre temos algo concreto.
Por exemplo, a ideia de raiva não é raiva abstrata como nós a conhecemos.
A palavra hebraica traduzida como raiva é a palavra “nariz” .

Vamos a um exemplo em Salmos.

1:1* ¶ Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
2* Antes, o seu prazer está na Torah do SENHOR, e na sua Torah medita de dia e de noite.
3* Ele é como árvore plantada junto a corrente de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem sucedido.

Estes versículos nos trazem um exemplo clássico de como é o pensamento hebraico, de como o povo hebreu tem seu processo de pensamento, comparando o homem em relação às árvores e frutas florescendo, da água e assim por diante. Coisas fundamentais da criação. Não são necessários vários anos de estudo , de teologia barata, de seminários, congressos para se entender o que Deus está nos ensinando através desse salmo. O pensamento hebraico sempre nos leva a coisas concretas na sua raiz.

A próxima diferença que vamos ver entre o pensamento hebraico e o grego, o concreto e o abstrato, é o pensamento do ponto de vista linear e o pensamento do ponto de vista cíclico.
Nosso pensamento a esse respeito é de origem greco-romana e por isso o nosso ponto de vista do tempo e da história, a nossa compreensão do tempo e da história nos faz desenhar cronogramas e gráficos lineares do tipo:


Para nós um local no tempo é linear e vem sempre da esquerda para a direita.
No pensamento hebraico, Deus nos ensina que o tempo na história é cíclico.
O maior “título”, se podemos chamar assim, de Deus é “Pai”.
Quantas vezes, você como filho(a) já ouviu a frase dita por seu pai biológico:
_Quantas vezes eu já te falei isso?
Ou ainda quantas vezes você como pai já repetiu para seus filhos a pergunta acima ?
Esse é o padrão estabelecido por Deus, nosso Pai. Padrão cíclico.
No pensamento grego, tempo na história é um local. Em hebraico, tempo é cíclico.
De um modo geral estamos sempre caminhando do passado para o futuro
Agora lembre-se, por exemplo, dos seus dias nas aulas de história. Como numa experiência Pavloviana, estamos condicionados a pensar em uma linha de tempo igual o quadro acima, quando nos é mencionada uma data, por exemplo, 135 aC. O passado está a esquerda da cruz e o futuro `a direita da cruz no gráfico.
Isso nos leva a outra conclusão óbvia.
No gráfico, `a esquerda da cruz não havia o Espírito do Santo, não havia Jesus, Lei, sacrifícios de sangue. Partindo para `a direita, depois da cruz temos então Novo Testamento, Jesus, Graça, amor. Temos o lado do passado e o lado do futuro divididos no meio pela cruz.
Note que por esse pensamento distorcido, tudo que está `a esquerda, no passado é sempre desfocado, coisa de museu, antigo, ultrapassado, como uma foto antiga, amarelada, desfocada.
Temos a tendência de olhar para o passado assim. Essa é a maneira que nós pensamos, maneira greco-romana.
Então temos que o tempo na história é evolucionista. Isso acaba por nos levar a pensar de maneira evolucionista, consequentemente formulamos novas crenças.
Pensamento linear é evolucionista e formula novas crenças.
Se olhamos o Novo Testamento, tomando como verdade que ele é novo e que o Velho Testamento é velho e ultrapassado, sombra das coisas futuras, então fatalmente acreditaremos que os escritores do Novo Testamento estão sempre escrevendo novas crenças, novas verdades, o que não é a realidade. Esses escritores do Novo Testamento estão simplesmente repetindo tudo que sempre esteve escrito, tudo que sempre aprenderam no Velho Testamento.
Se você olhar toda a bíblia ciclicamente, vai saber que tudo que está sendo ensinado no Novo Testamento, tudo que os escritores disseram, assumiram crenças anteriores. Eles não estavam formulando novas crenças, novos princípios. Tudo que João escreve no livro do Apocalipse, ele escreve assumindo que você leia as epístolas Paulinas e que você leia também Jeremias, Ezequiel, Zacarias e assim por diante. Tudo o que os escritores dos Evangelhos escreveram,
assumi-se obviamente que eles leram o Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio.
Tudo que disseram sempre foi o que já estava escrito nas Escrituras. Mas o pensamento linear evolucionista tem a tendência de nos fazer pensar que o Novo Testamento tem somente algo novo e eles estão formulando essas novas crenças com base nesse processo de pensamento.
Mais uma vez, tudo o que você tem que fazer é manter em mente que o processo evolutivo funciona na maioria de nós. A maioria de nós provavelmente não acredita na evolução orgânica.
O que quero dizer com evolução orgânica é que no inicio éramos amebas, depois evoluímos para girinos, aves e depois chimpanzés e macacos até chegar ao homem.
Você pode até não acreditar mas existe um numero muito grande de pessoas dentro do chamado “cristianismo” que acreditam nisso.
Mesmo que você não acredite no processo evolucionista, ainda assim esse tipo de pensar influencia sua maneira de ver Deus, Jesus e a bíblia.
Pensar que o Velho Testamento, que a Torah, o shabath, as leis da alimentação, por exemplo já não tem mais lugar entre os seguidores de Jesus é resultado do pensamento evolucionista, greco-romano. Veja o quadro abaixo.



Quando você vê nenhuma imagem da evolução do homem, os macacos não começam da direita e vão para a esquerda, mas sim o macaco começando do lado esquerdo e indo para o lado direito.
É porque essa é a forma como olhamos para o tempo.
A nossa teologia, que poderíamos chamar de teologia orgânica, está em perfeita harmonia com a evolução orgânica, porque a nossa posição teológica é que no início era o judeu primitivo que criou os shabath, as leis de alimentação, as festas de Deus e então evoluiu e no tempo do Messias deixaram os shabath substituindo pelos domingos, evoluíram mais um pouco e deixaram de lado as leis de alimentação substituindo por gigantescos sanduíches e lagostas, evoluíram mais um pouco e também deixaram as Festas de Deus as substituindo pelo Natal, Páscoa com coelhinhos e ovos, e no final da linha evoluíram totalmente do primitivo judeu para o moderno cristão. Então finalmente surgiu a evolução total com a nova criatura, o cristão.
Então com o passar do tempo, este homem de grunhidos e gemidos, deixa todos os apêndices e no final da linha evolucionária o que você tem é o homem moderno.
Na linha do tempo esse é o mesmo processo de pensamento que vai do judeu primitivo deixando todos os apêndices caírem no caminho, porque Deus não queria mais, e nós temos essa criatura completamente diferente daquela da outra extremidade.
Do ponto de vista científico você não pode ter uma organização no final que afirma vir de uma organização no início, que nós chamamos de uma sociedade judaico cristã. Você não pode afirmar que essas pessoas no final vieram dessas do início. Para isso acontecer, segundo a ciência é preciso que haja uma mutação. As pessoas no final estão fazendo as coisas completamente diferentes das pessoas do inicio. Isso é uma mutação.
Digo a você com toda certeza que Deus está fazendo agora o que fez no inicio. Ele sempre Foi , É e Será o mesmo, não importa o que a teologia , os homens modernos, as religiões e as denominações ensinem. Deus É. As ordens ainda são as mesmas. Crescer e multiplicar. No inicio era o homem , e agora o que é ? Mudou de homem para outra criatura ?
A resposta é sim. Poucos estão mantendo o que era desde o inicio e que Jesus não veio para rejeitar, tornar obsoleto , mas sim completar um ciclo e iniciar outro ciclo.
Deus não disse que a criação era boa , mas muito boa e Ele nos deu o primeiro mandamento, disse vá em frente e multiplique e gere segundo a sua espécie.
Há 3 leis fundamentais que Deus nos deu nos primeiros versículos de Gênesis .
As leis fundamentais operam em perfeita harmonia, tanto no natural como no espiritual.

Genesis 1:11

E disse: Produza a terra relva, ervas que deem semente e árvores frutíferas que deem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim se fez.

Todos os seres vivos se reproduzem através da semente.
Sementes são usadas para expressar isso e é logo ali no inicio, na vegetação, nas frutas e assim por diante.
Tenha em mente o que é uma lei.
Lei , segundo a Ciência Empírica, é o que sempre acontece e nunca falha. Leis da gravidade, da turbo-dinamica, etc.
Se falhar uma vez é chamada Teoria.
Se falhar várias vezes é chamada Hipótese.
Se nunca funciona na primeira vez é chamada Evolução.

Voltando outra vez, temos que o pensamento hebreu é cíclico e não linear.
Deus nos ensina tudo nos primeiros capítulos de Gênesis e então repete os princípios fundamentais em círculos por gerações e gerações.
Deus ensina toda a verdade nos primeiros capítulos do Gênesis e depois repete as mesmas coisas através dos pais de geração em gerações em ciclos. Essa é a maneira que era para ser. A humanidade e seus sistemas religiosos interromperam esse fluxo e começou algo novo diferente do projeto feito por Deus no início. Deus como Pai nos ensina em ciclos, porque ele é Pai.
É dessa forma que pais e filhos lá fora fazem. Porque o desenho de como ensinar nossos filhos mais e mais, e mais uma vez é assim, para que, quando ficarem velhos não esqueçam.
Vamos dar uma breve olhada no conceito de círculo, segundo a bíblia.


No Salmo 23:3 diz:

3* refrigera-me a alma. Guia-me pelas veredas da justiça por amor do seu nome.

A palavra aqui traduzida como veredas, que é um termo linear , é a palavra hebraica


Transliterada                    

Agol



Hebraico



Pictografico





Ayn representa um olho, um círculo



Gimel representa um pé



Lamed representa a vara do pastor



Mais uma vez no início essas eram coisas muito simples, mas o homem as transformou em algo diferente , em teologia sistemática. Deus nunca fez isso.
Deus sempre foi muito simples, desde o início.
Assim a palavra Agol , segundo Deus significa simplesmente fazer um circulo com os pés guiados pela vara do pastor.
Os hebreus e os povos antigos costumavam usar bois atados a uma vara e presa na outra extremidade a um tronco circular que movia uma moenda de grãos por exemplo.
Com o passar do tempo se formava no chão um caminho circular onde o boi passava. Depois de algum tempo não era mais necessário amarrar o boi na vara nem ensinar o caminho pra ele. Ele , o boi , fazia isso automaticamente. É precisamente isso que Davi está dizendo no salmo 23:3 .

Você não precisaria pensar sobre isso e seria tão consistente que ficaria nesse caminho para sempre.
A palavra Agol também é a raiz da palavra Hag que significa Festas.

Quando você observa uma comunidade messiânica dançando, você nota que eles formam um circulo e não uma linha como nas festas juninas , por exemplo.
Agora quando você mantém esses ciclos e festivais, você nota a razão por que Deus faz isso.
Ciclos nos ensinam algo agora e para sempre.
Quando falamos sobre os ciclos, estamos falando sobre as sete festas do Senhor , sobre o Shabath semanal, sobre a lua nova, sobre as porções semanais da Torah. E Deus, nosso Pai, nos ensina através desses ciclos.
Cada primavera, toda vez que vejo as folhas voltarem nas árvores, digo a mim mesmo, já vi isso no ano passado. Quando vejo a lua cheia pela janela, lembro que o mês passado ela estava lá. Ciclos.
A evolução não tem lugar para os ciclos. No pensamento evolucionista teológico não há lugar para a restauração.

A próxima coisa que veremos são os substantivos e os verbos.
O pensamento greco-romano nos faz pensar principalmente em substantivos , pessoas, lugares, coisas. Porque nos concentramos nos substantivos, no pensamento grego, temos a tendência para intelectualizar a bíblia. Essa é uma das razões pelas quais Paulo disse que os gregos procuram sabedoria. Porque focamos nos substantivos temos uma tendência a intelectualizar a bíblia.
Em nossa cultura religiosa conhecemos um monte de coisas sobre Deus e achamos que conhecemos Deus. Sabemos que Deus é bom, justo, fiel, que é amor. Que se fez carne e habitou entre nós, que nos salvou. Essas coisas são todas verdades, são verdades acerca de Deus.
Mas há uma grande diferença em saber um monte de coisas acerca de Deus e efetivamente conhecer o próprio Deus.
Essa é a diferença entre uma sociedade orientada por substantivos, e uma orientada por verbos, por ações.
O hebraico é orientado pela ação, por verbos.
O hebraico coloca o verbo antes do substantivo, ao contrário de nós.
Vaiomer Elohim – Disse Deus. Em português diríamos Deus disse. Mas em hebraico é - disse Deus, porque o hebraico está mais interessado na ação do que no nome.
O hebraico sempre vai dizer a você – faça, mova-se, ajude alguém, de alimentos a alguém, de abrigo a alguém. Não fique pensando na coisa certa. Faça a coisa certa.

Agora também uma das principais diferenças entre o pensar hebraico e o grego está no processo de raciocínio. Assim há uma diferença na forma do raciocinar quando lemos um versículo da bíblia e tentamos interpretar. Chamamos isso de hermenêutica, a tentativa de interpretar a bíblia. Entramos em um processo de raciocínio quando tentamos fazer isso. Fomos treinados neste processo de raciocínio a tentar pensar que a bíblia tem algo a ensinar, e que todos nós temos de fazer isso. Todos nós temos que interpretar o que a bíblia diz e assim você e eu fomos treinados em nossa cultura ocidental, o que podemos chamar de raciocínio indutivo e dedutivo.
Raciocínio indutivo e dedutivo é o processo do pensamento grego.
Deus ordenou todos os processos do pensar, mas há uma razão para um e uma razão para o outro.
Em 1 Coríntios capítulo 2 Paulo menciona esses dois processos de pensamento. Um é grego e outro é hebraico. O primeiro está compreendido na idéia de raciocínio indutivo e dedutivo. Aqui está o que Paulo diz: “o espírito do homem foi dado ao homem para conhecer as coisas do homem”. Por isso temos de ter esse processo de raciocínio, a fim de construir coisas, fazer as coisas e colocar as coisas em conjunto, que é o que os homens fazem. Deus criou todas as coisas e o homem combina com outras coisas e faz coisas e é por isso que precisamos do raciocínio indutivo e dedutivo, a fim de fazer isso, mas, em seguida, Paulo passa a descrever o processo de pensamento hebraico quando ele diz que o Espírito de Deus foi dado ao homem para saber as coisas de Deus. Se você está tentando ver as escrituras do ponto de vista do raciocínio indutivo e dedutivo você vai entrar em um grande problema. De forma rápida você irá se afastar cada vez mais do conhecer a Deus e se aprofundará em somente conhecer as coisas de Deus.

Por enquanto ficamos por aqui.
Shalom Aleichem !

Nenhum comentário:

Postar um comentário